Record, SBT e Band analisam compra da Copa Sul‑Sudeste 2026

Record, SBT e Band analisam compra da Copa Sul‑Sudeste 2026
5 outubro 2025 1 Comentários Hellen Hellen

Quando Record TV começou a sondar os direitos da Copa Sul‑Sudeste, a CBF ainda mantinha o projeto em fase de aprovação, gerando um clima de expectativa entre as emissoras rivalizadas com a Globo. O torneio, que deve estrear em 2026, reunirá 12 clubes dos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, entre eles o Corinthians, o Internacional e o Atlético‑MG. A disputa pelos direitos já está esquentando, e o futuro das transmissões esportivas no país pode mudar drasticamente.

Contexto da criação da Copa Sul‑Sudeste

A CBF anunciou em janeiro de 2024 a ideia de um campeonato regional que complementasse os nacionais e oferecesse mais visibilidade aos clubes do Sul e Sudeste. A justificativa oficial foi “fortalecer a competitividade regional e gerar novas fontes de receita”. O edital, divulgado em março, definiu que os 12 participantes seriam selecionados a partir dos resultados dos campeonatos estaduais de 2025, com duas vagas por estado. Embora o São Paulo tenha sido citada como sede de vários jogos, ainda não há calendário definitivo.

Detalhes do formato e clubes participantes

O torneio terá duas fases: uma fase de grupos com três equipes por grupo e, seguida, eliminatórias simples até a final. Cada partida será transmitida ao vivo e, segundo a CBF, haverá oportunidades de transmissão em TV aberta, paga e streaming. O Corinthians confirmou interesse, afirmando que a competição representa “uma chance de testar o elenco contra rivais de alto nível fora do calendário nacional”. O Internacional e o Atlético‑MG ainda não se posicionaram oficialmente, mas rumores apontam que ambos veem a competição como um trampolim para a Libertadores.

Posicionamento das emissoras rivais

Além da Record TV, a SBT e a Band enviaram propostas preliminares à CBF. Em entrevista ao Jornal da Tarde, o diretor comercial da Record, Rafael Dias, declarou: “Queremos ser a principal alternativa à Globo nos jogos de alta audiência”. O SBT, que tem passado por reestruturação sob a liderança de Silvio Santos Jr., vê na Copa Sul‑Sudeste uma forma de revigorar a grade esportiva, ainda mais depois da saída de alguns contratos de futebol nas últimas duas temporadas. Já a Band, que já detém direitos de transmissões de bases de times paulistas, pretende complementar seu portfólio com “conteúdo que atraia a classe média urbana”, segundo o diretor de esportes Marcos Vinícius.

Estrategia da Globo e a Copa do Mundo 2026

A Globo não ficou de braços cruzados. A emissora garantiu, ainda em 2023, os direitos de transmissão da Copa do Mundo 2026 nas modalidades de TV aberta, paga e streaming, mas sem cláusula de exclusividade. Isso abriu a porta para que a Record, Band e SBT negociem jogos simultâneos em plataformas digitais. A Globo também anunciou que retomará a transmissão dos campeonatos estaduais aos domingos a partir de 2026, e que está interessada em adquirir a Copa do Nordeste – atualmente no pacote do SBT. O executivo de esportes da Globo, Paulo Henrique, comentou que “manteremos a liderança, mas precisamos inovar nos formatos digitais para não perder a mordida dos novos concorrentes”.

Impactos no mercado de transmissão esportiva

Analistas de mídia apontam que a entrada de mais emissoras no leilão da Copa Sul‑Sudeste pode elevar o valor dos direitos em até 30%, segundo dados da consultoria Deloitte Brasil. Além do aspecto financeiro, há uma mudança de poder: as negociações não girarão mais apenas em torno da Globo, mas envolverão uma disputa mais ampla, potencialmente beneficiando clubes menores que poderão negociar melhores percentuais de arrecadação. O professor de Comunicação da USP, Laura Mendes, destaca que “a pluralidade de narrativas aumenta a democratização do esporte, mas também exige que as emissoras invistam em produção de qualidade para não perder a confiança do telespectador”.

Próximos passos e perspectivas

O próximo leilão oficial está marcado para o final de 2025, quando a CBF deve abrir o edital de licitação. Enquanto isso, as emissoras farão alianças estratégicas, como possíveis parcerias de streaming entre a Record e plataformas de mídia social. A Globo, por sua vez, pode buscar reforçar seu catálogo de conteúdos digitais para consolidar a audição nas plataformas de streaming. Em resumo, o futuro do futebol televisivo brasileiro parece mais competitivo que nunca, e os fãs podem esperar mais opções de como assistir aos jogos, seja no tradicional sofá ou nos dispositivos móveis.

Perguntas Frequentes

Como a Copa Sul‑Sudeste pode afetar os direitos de transmissão da Globo?

A Globo já tem a Copa do Mundo 2026, mas sem exclusividade. Se a Copa Sul‑Sudeste for vendida a Record, SBT ou Band, a Globo perderá a condição de única emissora de grandes eventos esportivos, precisando reforçar sua presença digital para manter a audiência.

Quais clubes foram confirmados até agora?

Até o momento, Corinthians, Internacional e Atlético‑MG confirmaram interesse. Os demais clubes ainda devem definir participação após os estaduais de 2025.

Qual o formato de disputa da Copa Sul‑Sudeste?

Doze equipes se dividem em três grupos de quatro. Cada equipe joga contra as outras do grupo, e os dois primeiros de cada grupo avançam para as quartas‑de‑final, seguidas de semifinal e final em mata‑mata.

Por que a Record está tão interessada nos direitos?

A Record vê na Copa Sul‑Sudeste uma oportunidade de se posicionar como líder de transmissões esportivas fora da Globo, ampliando sua base de espectadores e atraindo anunciantes que buscam público masculino entre 18 e 45 anos.

Quando será o leilão oficial dos direitos?

A CBF indica que o leilão deverá ocorrer entre outubro e dezembro de 2025, com a definição dos contratos prevista para o início de 2026, antes da estreia oficial do torneio.

1 Comentários

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    Marko Mello

    outubro 5, 2025 AT 22:03

    É inegável que a disputa pelos direitos da Copa Sul‑Sudeste revela uma mudança estrutural no panorama televisivo do futebol nacional.
    A Record, ao almejar a primazia, demonstra uma ambição digna de analistas que estudam a dinâmica de mercado.
    Contudo, a tentativa de tornar‑se alternativa à Globo exige investimento em produção que vá além da simples captação de audiência.
    A qualidade da transmissão, a inovação nos formatos digitais e a manutenção da credibilidade perante o telespectador são requisitos imprescindíveis.
    Não se pode olvidar que o público brasileiro possui afinidades regionais que devem ser respeitadas nas escolhas de narrativas.
    O panorama de incluir clubes do Sul e Sudeste abre espaço para narrativas locais, potencializando o engajamento dos torcedores.
    Entretanto, o risco de fragmentação excessiva pode diluir a identidade do evento, tornando‑o meramente um conjunto de partidas isoladas.
    Do ponto de vista econômico, a previsão de aumento de até 30 % nos valores de direitos representa uma oportunidade para clubes menores aumentarem sua receita.
    Mas tal expectativa depende de uma concorrência saudável entre as emissoras, onde não haja colusão.
    A Globo, apesar de sua hegemonia, demonstra disposição a inovar, o que pode estimular um efeito spillover positivo.
    Ao mesmo tempo, a SBT e a Band, tradicionalmente mais fracas no segmento esportivo, precisam elevar seus padrões de produção para não desapontar o público.
    A presença de personalidades como Rafael Dias e Marcos Vinícius indica que as cadeias decisórias internas reconhecem a importância estratégica desta competição.
    É crucial que os contratos incluam cláusulas que garantam a participação de clubes menores em percentuais justos da arrecadação.
    A longo prazo, a diversificação dos canais de transmissão pode gerar uma democratização real do futebol televisivo.
    Por fim, cabe aos torcedores acompanhar de perto este processo e exigir transparência nas negociações.

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