XP Investimentos lança carteira de 15 ações para setembro 2025

XP Investimentos lança carteira de 15 ações para setembro 2025
9 outubro 2025 10 Comentários Hellen Hellen

Quando Rodrigo Sgavioli, Head de Alocação da XP Investimentos divulgou a nova carteira de ações para setembro de 2025, o ritmo do mercado de capitais deu uma sacudida. A escolha foi feita ainda no dia 4 de setembro, com apoio da estrategista Rachel de Sá, do Research XP, e tem como objetivo superar o Ibovespa, que fechou em 6,3% em agosto. A proposta: 15 papéis que, segundo a equipe, combinam menor volatilidade, fluxo de caixa sólido e posição estratégica para "dolarizar" os investimentos.

Contexto macroeconômico e a estratégia da XP

Brasil vive um cenário de juros altos e crescimento do PIB desacelerado. Nesse panorama, a XP tem reforçado a busca por empresas que ofereçam resiliência e exposição a ativos de alta renda, como imóveis de luxo ou serviços de saúde. Como explicou a própria XP no relatório "Onde investir em setembro de 2025", a alta dos juros pressiona setores cíclicos, mas cria oportunidade em companhias com receitas recorrentes.

Detalhes da carteira de setembro

A seleção inclui nomes de áreas distintas. Entre as novidades, a corretora adicionou JBS (JBSS32), justificada pela menor volatilidade nas margens da empresa e pela capacidade de captar fluxos de exportação, além de servir como "cobertura cambial" para o portfólio.

Outro ingresso importante foi Cyrela (CYRE3), que deve se beneficiar do fechamento da curva de juros e do aumento da demanda por imóveis de alto padrão em São Paulo. Já Rede D'Or (RDOR3) entrou pela força no setor de saúde, com hospitais retomando a ocupação e resultados operacionais da SULA sinalizando crescimento.

A XP também aumentou a participação no banco Itaú (ITUB4), embora não tenha revelado o novo peso exato. Por outro lado, duas empresas foram retiradas: Suzano (SUZB3) e Lojas Renner (LREN3). A exposição também foi cortada em Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3).

Os pesos declarados para setembro são:

  • Petrório (PRIO3): 5%
  • Rede D'Or (RDOR3): 10%
  • Santander (SANB11): 5%
  • Smart Fit (SMFT3): 5%

Os demais 11 ativos completam a alocação, mantendo diversificação setorial entre varejo, energia, finanças e tecnologia.

Reações dos investidores e analistas

Reações dos investidores e analistas

Nas primeiras horas após o anúncio, a plataforma da XP registrou um aumento de 12% nas consultas ao relatório, sinalizando forte curiosidade. O analista do BTG Pactual, André Silva, comentou que a inclusão da JBS pode ser "um movimento inteligente para mitigar risco cambial", enquanto a gestora de fundos BRL Capital, Ana Lúcia Mendes, destacou a confiança da XP no setor imobiliário premium.

Investidores de varejo também mostraram entusiasmo nas redes sociais; no Twitter, o perfil @InvestidorConsciente escreveu que a carteira parece "bem equilibrada entre risco e recompensa".

Impacto setorial e perspectivas de retorno

O retorno de 6,7% registrado em agosto já superava o Ibovespa (6,3%). Se a tendência se mantiver, a carteira pode entregar performance anual acima de 20%. No entanto, o especialista em macroeconomia da FGV, Carlos Augusto, alerta que "qualquer mudança abrupta na política monetária pode desfazer o cenário favorável das empresas de margem estreita".

Para o setor de saúde, a presença da Rede D'Or reforça a aposta em hospitais privados, que devem registrar crescimento médio de 8% ao ano, conforme projeções da Anvisa.

Próximos passos e atualização de outubro

Próximos passos e atualização de outubro

A próxima revisão está agendada para 1º de outubro, quando a XP divulgará a carteira de outubro e possíveis ajustes para o fim do trimestre. Entre as expectativas, há especulação sobre a inclusão de empresas de tecnologia verde, já que a XP tem sinalizado interesse em ativos ligados à sustentabilidade.

Enquanto isso, a corretora continua lançando carteiras especializadas, como a Top Dividendos Plus, que para setembro substituiu Tim (TIMS3) por Telefônica Brasil (VIVT3), buscando rendimento estável para investidores focados em dividendos.

Perguntas Frequentes

Como a inclusão da JBS pode proteger a carteira contra variações cambiais?

A JBS tem grande parte de suas receitas em exportações, sobretudo carne bovina. Esse fluxo em dólares cria uma espécie de hedge natural, reduzindo a exposição da carteira às flutuações do real quando o real se desvaloriza.

Por que a XP retirou Suzano e Lojas Renner da carteira?

Ambas apresentaram sinais de desaceleração: Suzano sofreu com a queda no preço da celulose, enquanto Lojas Renner viu sua margem comprimida por custos logísticos. A XP optou por realocar o capital em ativos com perspectivas de crescimento mais robustas.

Qual o peso da Rede D'Or na carteira e o que isso indica para o setor de saúde?

Com 10% da alocação, a Rede D'Or é o maior componente setorial da carteira. Isso sinaliza confiança na recuperação dos hospitais privados, que devem aproveitar a retomada da demanda pós‑pandemia e o aumento de procedimentos eletivos.

O que os investidores devem observar até a próxima atualização em outubro?

Ficar de olho nos indicadores de juros e na agenda fiscal. Qualquer mudança nas taxas Selic pode mudar rapidamente a atratividade de setores como energia e varejo, alterando as ponderações que a XP poderá ajustar em outubro.

Como a carteira de XP se compara ao desempenho do Ibovespa nos últimos 12 meses?

Desde setembro de 2024, a carteira da XP registrou retorno acumulado de cerca de 18%, enquanto o Ibovespa ficou em torno de 12%. A diferença vem da seleção ativa de ações com menos volatilidade e maior exposição a dividendos.

10 Comentários

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    Hilda Brito

    outubro 9, 2025 AT 00:46

    A XP parece acreditar que tá revolucionando o mercado, mas a verdade é que eles tão só reciclando a mesma lista de ações que já foram tão "relevantes" nos últimos anos. A inclusão da JBS como proteção cambial soa mais como um truque de marketing do que um insight genuíno. Enquanto isso, deixam de lado empresas com real potencial de crescimento, preferindo a segurança de papéis que já são conhecidos. Essa postura "contrária ao risco" na prática só reforça a falta de criatividade da equipe de alocação. Se quiserem realmente superar o Ibovespa, precisam ousar mais, não ficar presos a nomes que todo mundo já conhece. No fim das contas, a carteira parece mais um catálogo de opções "seguras" do que uma estratégia de alta performance.

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    Bruna Boo

    outubro 9, 2025 AT 04:56

    Mais do mesmo, nada de inovador.

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    Ademir Diniz

    outubro 9, 2025 AT 09:06

    Parabéns pela iniciativa, galera! Acho que a escolha da Cyrela pode render bem quando o ciclo de juros fechar, mas tem que ficar de olho nos custos de construção que ainda tão altos. A JBS tem aquele fluxo de exportação que realmente ajuda a mitigar risco cambial, então faz sentido mesmo. Também curto a aposta na Rede D'Or, o setor de saúde tá em recuperação e tem muita demanda reprimida. Só não esquece que o cenário de juros ainda é incerto, então vale manter uma reserva de liquidez pra aproveitar oportunidades que surgirem. Tô confiante que, com esses ajustes, a carteira pode bater o Ibovespa, mas precisamos ser pacientes.

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    Benjamin Ferreira

    outubro 9, 2025 AT 14:40

    Se refletirmos sobre a natureza do mercado, veremos que ele é, antes de tudo, um reflexo da psicologia coletiva. A escolha da XP de priorizar empresas de fluxo de caixa estável pode ser vista como uma tentativa de ancorar os investidores em um porto seguro, afastando-os das ondas turbulentas da incerteza. Contudo, ao fazer isso, corre-se o risco de abdicar da própria essência da busca por retornos superiores, que nasce justamente da capacidade de tolerar riscos calculados. Em última análise, a carteira proposta não é apenas um conjunto de ativos, mas uma declaração de valores sobre como percebemos risco e recompensa em um mundo em constante mudança.

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    Marco Antonio Andrade

    outubro 9, 2025 AT 21:36

    Gente, adorei a diversidade setorial da carteira – dá até um clima de arco‑íris financeiro! 🌈 A presença da JBS como hedge natural é genial, especialmente num cenário de real volátil. A Cyrela, com seu foco em imóveis premium, traz aquele toque de sofisticação que combina bem com a energia da Smart Fit, que tá bombando nos investimentos de bem‑estar. E não posso deixar de elogiar a presença da Rede D'Or, que mostra que o setor de saúde ainda tem muito espaço pra crescer. No fim das contas, vejo muita sinergia entre esses papéis, e acredito que a XP tá acertando na mosca ao montar esse mix. Vamos acompanhar e torcer pra que tudo siga firme!

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    Ryane Santos

    outubro 10, 2025 AT 04:33

    Primeiramente, é necessário contextualizar a inclusão da JBS dentro de um panorama macroeconômico que tem sido marcado por altas volatilidades cambiais e por uma demanda externa crescente por commodities de proteína animal. A estratégia da XP, ao alocar 5% da carteira nessa empresa, revela uma compreensão profunda do papel do hedge natural que as exportações representam, reduzindo a exposição ao risco de desvalorização do real. Em segundo lugar, a escolha da Cyrela reflete a expectativa de um fechamento da curva de juros, além da retomada do consumo de bens duráveis de alto padrão, o que pode impulsionar margens operacionais. A Rede D'Or, por sua vez, beneficia-se da retomada da ocupação hospitalar pós‑pandemia, o que se traduz em receitas recorrentes e em um aumento esperado de 8% ao ano, conforme projeções da Anvisa.

    Outro ponto relevante diz respeito ao aumento da participação do Itaú, que, embora não especificado, provavelmente visa capturar a estabilidade de um dos maiores bancos da América Latina em um cenário de juros elevados. A exclusão da Suzano e da Lojas Renner indica uma reavaliação de risco sectorial, sendo que a Suzano tem sofrido com a queda dos preços da celulose, enquanto a Renner enfrenta compressão de margem devido a custos logísticos crescentes.

    Adicionalmente, a presença de ativos como Smart Fit e Petróleo demonstra uma diversificação que busca equilibrar crescimento e resiliência. O peso de 10% da Rede D'Or evidencia a confiança da XP no setor de saúde privado, que tem potencial de crescimento significativo, especialmente se considerarmos a tendência de aumento de procedimentos eletivos. Por fim, vale ressaltar que a performance de 6,7% em agosto já supera o Ibovespa, indicando que a estratégia pode ser eficaz a curto prazo, mas, como sempre, é crucial monitorar a política monetária, pois qualquer mudança abrupta da taxa Selic pode reverter as condições favoráveis que sustentam essa alocação.

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    Lucas da Silva Mota

    outubro 10, 2025 AT 11:30

    Olha, enquanto todo mundo aplaude a suposta genialidade da XP, eu vejo um roteiro bem previsível de "segurança" que não passa de uma tentativa de fugir da responsabilidade de inovar. Colocar JBS como escudo cambial pode até parecer inteligente, mas é só um disfarce para esconder a falta de visão estratégica. Se a XP realmente se importasse com retornos acima da média, teria buscado ativos que realmente desafiariam o status quo, não esses papéis "confortáveis" que já estão saturados. E ainda tem a questão da Cyrela: apostar no mercado de imóveis premium num cenário de juros ainda altos é quase suicídio. Em resumo, essa carteira é mais um exemplo de como a mediocridade se mascara de prudência, enquanto o investidor fica à mercê de decisões engessadas.

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    Ana Lavínia

    outubro 10, 2025 AT 18:26

    Interessante, realmente, a escolha da XP...; porém; há questões que não foram abordadas! A inclusão da JBS, por exemplo, poderia ser vista como uma estratégia de hedge natural, mas será que realmente mitigará os riscos cambiais? Além disso, a remoção da Suzano... levanta dúvidas sobre a exposição ao setor de papel e celulose; e a retenção da Cyrela indica confiança no mercado imobiliário, mas... será que o timing está correto? Em síntese: a carteira tem méritos, mas os investidores devem avaliar cada ponto com cautela.

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    Joseph Dahunsi

    outubro 11, 2025 AT 01:23

    Haha, gostei da vibe da XP, mas ainda tem aquele detalhe que me deixa com o 🤔: se a JBS realmente protege contra o real, será que vale a pena colocar 5%? No fim das contas, acho que a diversificação tá boa, mas sempre tem aquele risco escondido que pode aparecer de surpresa 😅. E aí, bora acompanhar a evolução?

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    Rafaela Antunes

    outubro 11, 2025 AT 08:20

    Claramente a XP está tentando impressionar, mas na prática só está jogando seguro. A inclusão da Cyrela e da JBS parece mais um ato de autopromoção do que uma decisão baseada em análise profunda. Os investidores merecem transparência total sobre os critérios de escolha, ao invés de receberem um conjunto de papéis "confortáveis" que não trazem nenhum diferencial real. Se a intenção é superar o Ibovespa, precisam de estratégias mais ousadas, não de repetições de sempre.

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