Aposentadoria de Sergio Busquets: fim de uma era no futebol
Despedida de um mito
Na quinta‑feira, 26 de setembro, Sergio Busquets fez um anúncio que mexeu com torcedores de todo o mundo: ele vai se aposentar ao final da temporada 2025 da Major League Soccer. O veterano de 37 anos, que passou quase duas décadas nos gramados mais exigentes, decidiu encerrar a carreira depois de 722 partidas pelo Barcelona, onde se tornou um dos jogadores com mais jogos na história do clube.
A decisão chegou num momento em que o Inter Miami ocupa a terceira posição na Conferência Leste, com 55 pontos em 29 partidas e já garantiu vaga nos playoffs. Mesmo sem a pressão de um título, Busquets quer terminar sua trajetória como jogador em alto nível, ao lado de antigos companheiros como Lionel Messi.
O anúncio gerou uma onda de mensagens nas redes sociais. Messi escreveu que jogar ao lado de Busquets foi um privilégio e que o futuro do futebol perderá um “coração de líder”. Do outro lado da rivalidade, Sergio Ramos, ex‑capitão do Real Madrid, agradeceu ao espanhol por tudo que ele fez dentro de campo, chamando‑o de “um dos meio‑campos mais brilhantes que já vi”.
Legado dentro e fora de campo
Para entender a importância da aposentadoria, vale lembrar como Busquets chegou ao topo. Ele estreou no Barcelona em 2008, sob o comando de Pep Guardiola, e rapidamente virou a peça‑chave do meio‑campo ao lado de Xavi e Iniesta. Juntos, formaram um trio que ficou conhecido por controlar o ritmo do jogo, jogar linhas altas e transformar o toque de bola em arte. O espanhol não era o mais rápido nem o mais forte, mas sua inteligência tática e passes precisos garantiam que a equipe se mantivesse equilibrada.
Durante seus 18 anos no clube catalão, Busquets colecionou nove títulos da La Liga e três Champions League. Ele ainda está entre os três jogadores com mais partidas vestindo a camisa blaugrana, atrás somente de Xavi e Messi. Cada título veio acompanhado de um papel discreto, porém decisivo – interceptar bolas, fechar espaços e distribuir o jogo com a mesma calma de um maestro.
No plano internacional, o meio‑campista foi peça fundamental na era de ouro da Espanha. Ele ajudou a Seleção a conquistar a Eurocopa de 2008, a Copa do Mundo de 2010 e a Eurocopa de 2012, completando um treble histórico. Em cada torneio, sua presença no meio‑campo dava segurança ao ataque, permitindo que jogadores como David Villa e Fernando Torres brilhassem.
Depois de deixar o Barcelona em 2023, Busquets embarcou para a MLS e encontrou novamente Messi, agora à frente do Inter Miami. A parceria trouxe mais visibilidade à liga americana, que viu recordes de público e crescimento nas transmissões. Mesmo com a diferença de ritmo, o espanhol mostrou que ainda tem muito a oferecer: controle de jogo, leituras precisas e, claro, aquela capacidade de ficar frio sob pressão.
Além das conquistas, o que mais impressiona na trajetória de Busquets é a postura dentro e fora de campo. Sempre discreto, ele evitava holofotes e preferia deixar os feitos falarem por si. Colegas apontam que sua humildade era um exemplo para jovens talentos, que aprendiam a importância de trabalhar nos bastidores para o sucesso do time.
Agora, com a aposentadoria à vista, Busquets já tem planos claros para o futuro. Ele afirmou que pretende seguir a carreira de treinador, uma transição que já tem apoio de seu antigo parceiro de equipe, Javier Mascherano, que hoje comanda o Miami. Mascherano acredita que a visão de jogo de Busquets e sua experiência em clubes de elite vão render bons resultados nas bancas.
O Barcelona, que ainda sente a falta da presença constante do veterano, lançou um comunicado oficial reconhecendo o ex‑jogador como “lenda”. O clube agradeceu pelos 722 jogos, pelos títulos e, sobretudo, pela lealdade que manteve por quase duas décadas. A mensagem trouxe lágrimas de alguns ex‑companheiros, que lembram dos treinos intensos e das vitórias épicas.
Com a temporada se aproximando do fim, o Inter Miami espera que a notícia sirva de motivação extra para a equipe. O objetivo principal agora é chegar à final da MLS Cup, e a experiência de Busquets pode ser o diferencial nos momentos decisivos. Enquanto isso, a torcida espanhola e mundial acompanha de perto, relembrando cada tackle, cada passe que definiu jogos importantes.
Em resumo, a aposentadoria de Sergio Busquets marca o encerramento de um capítulo brilhante do futebol moderno. Seu legado permanece nos livros de história, nas memórias dos fãs e nos jovens que ainda sonham em ocupar a mesma posição no meio‑campo. O futuro como treinador ainda está por vir, mas a certeza de que ele continuará influenciando o esporte é inevitável.