França registra calor de 41,6°C em Bordeaux e quebra recordes

Quando Météo-France divulgou que a temperatura máxima em Bordeaux chegou a 41,6 °C nesta sexta‑feira, 11 de agosto de 2025, a França entrou oficialmente na página dos recordes climáticos. O calor, que já havia atingido picos acima de 41 °C em julho, se consolidou como a onda de calor mais intensa da década, forçando o fechamento do último andar da Torre Eiffel e de cerca de duzentas escolas em todo o país. ondas de calor tão extremas não são apenas números; elas representam risco direto à saúde e ao cotidiano de milhões de franceses.
O período de calor começou em meados de junho, quando o Copernicus, serviço de monitoramento das alterações climáticas da União Europeia, descreveu o dia 30 de junho como "um dos dias de verão mais quentes de que se tem registro" na Europa. Na sequência, duas ondas sucessivas mantiveram temperaturas acima de 40 °C em 84 departamentos, sendo 16 em alerta vermelho e 68 em alerta laranja. Esse cenário se inseriu num padrão de elevação de calor que, segundo um estudo conjunto do Instituto Grantham do Imperial College London, triplicou as mortes relacionadas ao calor em junho de 2025 em toda a Europa.
Recordes quebrados em agosto de 2025
Além de Bordeaux, outras cidades sul‑francesas bateram marcos inéditos:
- Bergerac: 41,4 °C
- Cognac: 40,6 °C
- Saint‑Girons: 39,7 °C
- Toulouse (região sudoeste) ultrapassou os 40 °C em várias medições.
Esses valores superaram o antigo recorde europeu de 41,2 °C registrado em 23 de julho de 2019, também em Bordeaux. Segundo Météo-France, "os valores não são definitivos" e podem subir ainda mais nas próximas horas.
Alerta e medidas adotadas
O governo francês ativou um plano de emergência climática que incluiu:
- Fechamento temporário do topo da Torre Eiffel para evitar superaquecimento das estruturas metálicas.
- Suspensão parcial de mais de 200 escolas, principalmente nas regiões de Paris, Provença e Aquitânia.
- Distribuição de água potável em pontos críticos de Paris, na margem do Rio Sena.
- Orientação para trabalhadores ao ar livre reduzirem atividades entre 12h e 18h.
Os alertas foram gradualmente ajustados: depois de 16 departamentos em vermelho, a maioria passou para laranja, indicando que a situação ainda era "intensa e excepcional".
Impactos na população e infraestrutura
Além dos fechamentos, o calor extremo provocou falhas na rede elétrica de regiões rurais, principalmente em Provence‑Alpes‑Côte d'Azur, onde o consumo de ar‑condicionado disparou em 35 % acima da média de verão. Hospitais registraram um aumento de 27 % em casos de desidratação e síncopes, sobretudo entre idosos.
Os agricultores do Vale do Ródano relataram perdas de colheitas de uvas, reduzindo a produção de vinho em até 15 % nas áreas mais afetadas. Em Bordeaux, um vinhedo histórico teve que suspender a irrigação para preservar recursos hídricos já escassos.

O calor na perspectiva europeia
O fenômeno francês refletiu uma tendência continental. Um relatório preliminar divulgado pelo Instituto Grantham destacou que, entre 1º de junho e 30 de junho, as mortes atribuídas ao calor na Europa quadruplicaram em comparação com o mesmo período de 2022. "Silenciosamente devastadora", foi a descrição feita pelos cientistas ao analisar dados de hospitais, morgues e serviços de emergência.
O Copernicus apontou que a sensação térmica no norte de Lisboa chegou a 48 °C no dia 30 de junho, classificando o episódio como "stress térmico extremo". O estudo reforça a ligação direta entre ondas de calor prolongadas e a intensificação de eventos climáticos extremos.
O que esperar nos próximos dias
Segundo a última previsão de Météo-France, a massa de ar quente deve deslocar-se rumo ao noroeste, trazendo alívio parcial ao centro‑leste do país a partir de quinta‑feira, 15 de agosto. Ainda assim, temperaturas entre 36 °C e 40 °C são esperadas até o fim da semana, sobretudo nas áreas de interior.
Especialistas recomendam que as autoridades mantenham o monitoramento de recursos hídricos e reforcem campanhas de informação pública sobre hidratação e prevenção de insolação. O cenário serve como alerta de que eventos climáticos extremos podem se tornar a nova normalidade no futuro próximo.
Fatos‑chave
- 41,6 °C registrada em Bordeaux em 11/08/2025 – novo recorde nacional.
- 84 departamentos sob vigilância especial; 16 em alerta vermelho.
- Fechamento temporário do último andar da Torre Eiffel.
- Estudos do Instituto Grantham apontam triplicação de mortes por calor na Europa em junho.
- Previsão de alívio parcial a partir de 15 de agosto, mas ainda acima de 36 °C.

Perguntas Frequentes
Como as ondas de calor afetam a saúde dos idosos?
Idosos são mais vulneráveis a desidratação e choque térmico. Em agosto, hospitais franceses registraram 27 % a mais de casos de desidratação entre maiores de 65 anos, principalmente nas regiões de Paris e Provença.
Qual foi o papel do Copernicus na comunicação da crise?
O Copernicus, serviço de monitoramento climático da UE, identificou o dia 30 de junho como um dos mais quentes já registrados na Europa, fornecendo dados que ajudaram Météo-France a emitir alertas vermelhos em 16 departamentos.
Quantas escolas foram fechadas devido ao calor?
Cerca de 200 escolas – principalmente nas regiões de Île‑de‑France, Aquitânia e Provença – suspenderam as aulas ou reduziram as atividades ao ar livre para proteger estudantes e professores.
O que dizem os especialistas sobre a frequência futura de ondas de calor?
Especialistas do Instituto Grantham alertam que a frequência e a intensidade das ondas de calor tendem a crescer nos próximos anos, tornando eventos como o de 2025 cada vez mais comuns na Europa.
Quais medidas estão sendo tomadas para proteger a infraestrutura?
Além do fechamento do topo da Torre Eiffel, autoridades reforçaram a manutenção das redes elétricas, distribuiram água potável em áreas de risco e emitiram recomendações para reduzir o uso de energia nos horários de pico.
Bruna Fernanda
outubro 1, 2025 AT 22:49Uau, mais um recorde de calor, como se a gente não precisasse de mais motivos pra suar.