Globo grava 10 finais: quem matou Odete Roitman em Vale Tudo?
Quando Odete Roitman, interpretada por Débora Bloch, cai morto na última cena transmitida na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, a Rede Globo ainda não revela quem puxou o gatilho. A estratégia? Gravaram dez finais diferentes, cada um com um suspeito diferente, para garantir que o suspense dure até o último capítulo.
Contexto histórico: do clássico de 1988 ao remake de 2025
Em 1988, a morte de Odete Roitman se tornou um marco da teledramaturgia brasileira. O episódio foi ao ar na véspera de Natal e, em apenas 11 dias, mobilizou famílias inteiras em bolões para adivinhar o assassino. Três décadas depois, o remake de Vale Tudo tenta recriar a mesma tensão, mas com a vantagem de tecnologias de produção avançadas e um público que já conhece a fórmula do suspense.
Como a produção garantiu o segredo
A autora Manuela Dias revelou ao Fantástico que foram gravados dez finais alternativos. "A gente gravou, no fundo, 10 finais, né? Porque gravamos com os cinco suspeitos matando e não matando. Até esse momento, nem os atores têm certeza", explicou. O diretor Paulinho Silvestrini recebeu cópias diferentes do roteiro, e apenas ele e Manuela sabem quem realmente puxou o gatilho.
Para impedir vazamentos, a Globo adotou um esquema de segurança máximo: gravações feitas entre 1 e 5 de outubro, equipe de produção reduzida, envios de blocos de capítulos apenas a diretores e assistentes diretos. Muitos atores recebem apenas as cenas em que aparecem, sem acesso ao script completo.
Os principais suspeitos – quem está na mira?
Até agora, cinco nomes giram no centro da trama:
- Marco Aurélio (Alexandre Nero)
- Celina (Malu Galli)
- César (personagem ainda sem ator divulgado)
- Maria de Fátima (Bella Campos)
- Heleninha (Paolla Oliveira)
Outras figuras surgiram como possíveis culpados: Leila (Carolina Dieckmann) e a costureira Eunice (Edvana Carvalho) que ameaçou Odete em uma briga.
Reações do público e impacto social
Já na estreia, as redes sociais explodiram. O hashtag #QuemMataOdete alcançou 2,4 milhões de interações em menos de 24 horas. Comentários variam de "não pode ser" a "é a melhor estratégia já vista nas novelas". Curiosamente, o drama também trouxe repercussões fora da tela: o núcleo da história entre Lucimar e Vasco impulsionou um aumento de 300 % nas buscas por regularização de paternidade na Defensoria Pública, segundo dados do Ministério da Justiça.
Especialistas em mídia, como a professora de Comunicação da USP Mariana Costa*, apontam que o reenquadramento de temas como etarismo, racismo e alcoolismo dá à novela um “caráter de relevância contemporânea” que pode atrair um público mais jovem, ainda que o grande atrativo seja o mistério à la 1988.
O que vem a seguir? Próximos capítulos e expectativas
Com a revelação prevista para o próximo domingo, a Globo aposta num pico de audiência que pode ultrapassar 30 pontos, número raro nos dias atuais. Manuela Dias afirmou que o assassino será diferente da versão original, justamente para surpreender quem ainda lembra da icônica cena de 1988.
Se o suspense funcionar, a estratégia poderá ser copiada por outras emissoras que desejam revitalizar clássicos. Por outro lado, críticos alertam para o risco de “excesso de manipulação” que pode acabar cansando o público.
Perguntas Frequentes
Quem são os principais suspeitos do assassinato?
Os cinco principais suspeitos são Marco Aurélio (Alexandre Nero), Celina (Malu Galli), César (sem ator divulgado), Maria de Fátima (Bella Campos) e Heleninha (Paolla Oliveira). Leila (Carolina Dieckmann) e a costureira Eunice (Edvana Carvalho) também são mencionados como possíveis culpados.
Por que a Globo gravou dez finais diferentes?
A produção quer evitar vazamentos e manter o suspense máximo, como fez na novela original de 1988. Gravando múltiplos desfechos, apenas a autora Manuela Dias e o diretor Paulinho Silvestrini conhecem o verdadeiro culpado.
Qual foi o impacto social da novela?
Além de gerar grande engajamento nas redes, a trama aumentou em 300 % a procura por regularização de paternidade na Defensoria Pública, devido ao arco de Lucimar e Vasco. Também trouxe à tona discussões sobre racismo e etarismo.
Quando será revelado o assassino?
A revelação está prevista para o próximo capítulo, transmitido no domingo, 7 de outubro de 2025, mantendo a espera de um dia inteiro após a morte de Odete.
O que especialistas dizem sobre a estratégia de mistério?
A professora Mariana Costa (USP) acredita que o suspense pode atrair novos espectadores, mas alerta que o exagero pode levar ao cansaço do público se usado repetidamente.
Circo da FCS
outubro 6, 2025 AT 20:30Gravar dez finais só mostra o medo da Globo de perder audiência.
Savaughn Vasconcelos
outubro 13, 2025 AT 19:10A estratégia da Globo de gravar dez finais alternativos é, sem dúvida, uma jogada ousada que revive o espírito da trama original de 1988.
Ao dividir a responsabilidade do assassinato entre cinco personagens centrais, a produção cria um caleidoscópio de suspeitas que prende o telespectador à tela.
Cada tentativa de desvendar quem realmente puxou o gatilho se torna um ritual coletivo, quase religioso, que reúne famílias ao redor da TV.
O uso de múltiplos roteiros impede vazamentos, mas também gera ansiedade, porque ninguém sabe ao certo qual versão será exibida.
Essa incerteza reflete a própria essência do drama: o desconhecido que ronda as relações de poder e o medo de ser traído.
O público, agora acostumado a spoilers instantâneos nas redes, sente uma nostalgia ao perceber que ainda há espaço para o suspense puro.
O hashtag #QuemMataOdete explodiu, demonstrando que a discussão transcende o mero entretenimento e adentra o território da cultura pop.
Mais impressionante ainda é o efeito colateral: o aumento de 300 % nas buscas por regularização de paternidade, provocado por um arco secundário da trama.
Essa consequência inesperada evidencia como a ficção pode interferir nas políticas públicas e nas decisões individuais.
A presença de temas como etarismo, racismo e alcoolismo confere à novela uma relevância social que vai além da caça ao assassino.
Os críticos alertam, porém, que o excesso de manipulação narrativa pode cansar o público, transformando o suspense em um truque barato.
Ainda assim, a aposta de alcançar mais de 30 pontos de audiência no próximo domingo indica que a fórmula ainda funciona.
Se o desfecho surpreender, outras emissoras podem copiar a tática, iniciando uma nova era de “finales múltiplos”.
Caso contrário, a Globo corre o risco de perder credibilidade e alienar fãs que esperavam um fechamento autêntico.
Em última análise, a questão não é apenas quem matou Odete, mas como a própria indústria televisiva está disposta a reinventar o suspense para sobreviver.
Assim, acompanhamos, ansiosos, cada pista lançada, conscientes de que, independentemente do resultado, a discussão continuará muito depois da última cena.
Ademir Diniz
outubro 20, 2025 AT 17:50Mano, curti muito a ideia de dez finais, dá aquele frio na barriga e faz a gente ficar ligado o tempo todo
Jeff Thiago
outubro 27, 2025 AT 16:30De acordo com uma análise rigorosa, a escolha de dez finais alternativos pode ser interpretada como uma estratégia de mitigação de risco, visando prevenir a filtragem de informações sensíveis antes da transmissão. Essa abordagem, embora inovadora, demanda um controle logístico excepcional, manifestando-se em protocolos de segurança que isolam os roteiristas e diretores de possíveis vazamentos. O fato de que apenas a autora e o diretor detêm o conhecimento definitivo sugere uma hierarquia de informação que reduz a probabilidade de rupturas internas. Contudo, tal concentração de saber pode criar um ponto único de falha, caso alguma brecha ocorra dentro do círculo restrito. Portanto, a eficácia da medida depende intrinsecamente da disciplina e da confiança depositada nos poucos indivíduos autorizados.
Marcus S.
novembro 3, 2025 AT 15:10Ao refletirmos sobre a natureza do suspense como fenômeno epistemológico, percebemos que a incerteza gerada pelos múltiplos desfechos ativa um processo cognitivo de busca de significado que transcende a mera curiosidade narrative. Essa busca, alimentada por uma estrutura de possibilidades, se alinha com a tradição filosófica de questionar a verdade a partir de hipóteses divergentes, lembrando o método socrático de elenchus. Assim, cada final alternativo funciona como um socrático "e se", instigando o espectador a confrontar suas próprias suposições sobre culpa e justiça. Em última análise, a escolha final da Globo será, portanto, mais do que um simples ato de revelar um assassino; será a materialização de um discurso metafísico sobre o inevitável desconhecido que permeia toda a existência humana.
Lucas Santos
novembro 10, 2025 AT 13:50É evidente que a Globo, ao recorrer a este artifício, demonstra uma falta de confiança na própria narrativa, o que é lamentável. A tentativa de manipular o público parece mais um truque barato do que uma estratégia criativa. 😒
Larissa Roviezzo
novembro 17, 2025 AT 12:30Ah, essa novela tá parecendo um verdadeiro circo de suspeitas cada personagem com seu drama exagerado e a gente preso na trama como se fosse um vilarejo de fofocas! O suspense tá tão denso que dá até pra cortar com faca e eu aqui só querendo saber quem vai puxar o gatilho antes que o mundo acabe! #ValeTudoÉDrama