Vale Tudo 2025: sabotagem com insulina põe Solange e gêmeos à beira do colapso; Afonso encara verdade sobre paternidade

Trocar insulina por água. É esse o nível da crueldade que movimenta a trama de Vale Tudo 2025 nesta nova leva de capítulos. A sabotagem contra Solange, grávida de gêmeos e diabética, desencadeia uma urgência médica que quase leva tudo ao limite. Ao mesmo tempo, Afonso desenterra a mentira que mudou sua vida: ele não é estéril. O impacto dessas duas bombas recai direto no lugar mais sensível da novela — a disputa por poder, afeto e dinheiro no clã Roitman.
Como a crise começou — e por que ela é tão perigosa
A faísca veio quando Fátima, interpretada por Bella Campos, descobriu que a história contada por Celina sobre a suposta infertilidade de Afonso era falsa. Isso muda o tabuleiro: tanto ela quanto Solange podem estar esperando filhos dele. Ciúme e ambição fazem o resto. De olho no que a chegada de novos herdeiros significa na partilha da fortuna dos Roitman, Fátima cruza uma linha que não tem volta.
O plano é frio e direto: atingir a saúde de Solange pela brecha que ela tem — o diabetes. Para isso, Fátima se vale de uma antiga chave da casa da rival e da distração armada por César, que segura Solange por mais tempo na redação da revista Tomorrow. Com o apartamento vazio, a vilã invade o local e mexe nas canetas de insulina, diluindo o conteúdo com água. É um golpe silencioso: não deixa cheiro, não faz barulho, e o efeito aparece quando é tarde.
Minutos e horas depois, o corpo de Solange dá sinais claros de descompensação. Tontura, sede intensa, mal-estar, cansaço fora do normal. Sem a dose correta de insulina, a glicose dispara. Em gestação de gêmeos, o risco dobra: mãe e bebês ficam vulneráveis. A emergência explode na tela — sirenes, maca, exames — e ninguém à volta entende o porquê da piora tão rápida. A medicação está lá, aparentemente intacta. Só que não funciona.
Essa é a parte que pega: a sabotagem em medicação de controle, como a insulina, é traiçoeira. Quando o remédio é diluído, a pessoa acha que está se tratando e baixa a guarda. O descontrole glicêmico pode evoluir para um quadro grave, como cetoacidose, exigindo internação e monitoramento contínuo. A novela faz esse mergulho sem maquiagem, com foco na urgência, na pressão de decisões rápidas e na vulnerabilidade de quem depende de um tratamento diário para se manter bem.
Enquanto a equipe médica tenta estabilizar Solange e proteger os bebês, o círculo mais próximo corre atrás de respostas. A rotina dela foi cumprida, as canetas estavam no lugar, a alimentação parecia ok. O que escapou? A pergunta fica girando, e o roteiro planta as pistas certas: a chave antiga, a distração providencial, o envolvimento de César — que demonstrou choque com o plano, mas topou o papel de cúmplice.
Em paralelo, Afonso encara uma verdade que mudará tudo. Ele descobre que a história da esterilidade foi uma arma usada contra ele. A queda dessa mentira mexe com seu passado recente e com o presente: abre espaço para a paternidade de dois bebês, de duas mulheres, em um momento de tensão máxima. E não é só sobre DNA. É sobre responsabilidade, escolhas, afeto e, claro, os impactos financeiros e simbólicos de novos herdeiros na família Roitman.
O roteiro costura as duas linhas — hospital e revelação — para montar um efeito dominó. Se Solange sobreviver à crise e levar a gravidez adiante, os gêmeos entram no mapa sucessório. Se a gestação de Fátima também for confirmada, a disputa ganha mais camadas. E se vier à tona que houve sabotagem, o caso vira polícia. Em cada cenário, alguém perde e alguém ganha, e a novela se alimenta dessa matemática moral.

Contexto, bastidores e o que observar nos próximos capítulos
Vale lembrar de onde essa história veio. No original de 1988, Vale Tudo virou clássico ao perguntar até onde uma pessoa vai por dinheiro e status — a pergunta que culminou em “Quem matou Odete Roitman?”. O remake atual atualiza esse espírito com outra lente: a crueldade cotidiana travestida de esperteza. A Fátima de Bella Campos não tem problema em passar por cima de qualquer um, e a escolha pela via mais suja, agredindo uma gestante por meio de um remédio, leva essa ambição ao limite do intolerável.
Do ponto de vista médico, a novela acerta no ponto sensível: diabetes na gestação exige rigor. A insulina compensa o que o corpo não consegue fazer sozinho. Quando a dose falha — por erro, descuido ou, no caso, por crime —, o organismo responde rápido. Em gravidez de gêmeos, o corpo já trabalha em alta rotação. A somatória de estresse, glicemia alta e desidratação coloca mãe e fetos em rota de colisão. Por isso o protocolo hospitalar é tão duro: líquidos, checagem de cetonas, ajuste de insulina em bomba, monitor fetal. É corrida contra o relógio.
Se essa sabotagem vier à tona na trama, o desdobramento jurídico é claro. Mexer em medicamento é crime, ainda mais quando gera risco à vida. A participação de César, mesmo a contragosto, o coloca sob a sombra da cumplicidade. A novela prepara terreno para uma sequência de confrontos: a culpa cobrando pedágio, a pressão para sustentar um álibi frágil, e o medo de que um detalhe banal — uma câmera no elevador, uma digital na embalagem, uma mensagem no celular — derrube toda a farsa.
Do lado emocional, Afonso fica no olho do furacão. Ele precisa processar a mentira sobre a própria fertilidade e, ao mesmo tempo, agir. A primeira reação costuma ser o choque, mas o próximo passo é prático: buscar confirmação. Em novelas, isso costuma significar exames, testes de paternidade e uma travessia cheia de idas e vindas. A forma como ele vai encarar Solange no hospital, como vai cobrar explicações de Celina e como vai reagir ao jogo de Fátima definem a curva do personagem daqui para frente.
Para Solange, a linha é outra: sobreviver, proteger os bebês e recuperar o senso de segurança. A casa, antes refúgio, virou cenário de crime. Isso muda rotina, muda humor, muda relação com quem está por perto. A direção captura esse estado com planos fechados: mão trêmula, respiração pesada, o toque de quem cuida, o olhar de quem desconfia. É assim que a novela constrói tensão sem precisar gritar o tempo todo.
Na esfera Roitman, a palavra herança não sai de cena. A chegada de novos herdeiros embaralha alianças, pressiona contratos, acende conselhos de família. A movimentação faz eco ao espírito do original: quem ganha com a verdade e quem lucra com a mentira? O remake troca o suspense do “quem matou?” por um “quem manipulou?” que tem a mesma força dramática porque atinge vidas em formação — e não há nada mais grave do que isso.
Vale ficar de olho em algumas peças do tabuleiro. Primeiro: as canetas de insulina. Vão passar por perícia? Alguém vai notar diferença de peso, de cor, de lacre? Segundo: o caminho da chave antiga. Quem mais tinha acesso? Terceiro: César. O desconforto dele cresce a cada cena. Basta um tropeço de consciência para desmoronar todo o plano de Fátima. Quarto: Celina. Quando a mentira sobre a esterilidade cair, o que ela ganha sustentando essa farsa? E o que ela perde quando a verdade aparecer?
Outro ponto que deve se impor é a reação pública dentro da própria narrativa. Em universos de novela, segredos moram mal. Um enfermeiro que estranha um comportamento, uma vizinha que viu alguém entrando no prédio, uma colega da Tomorrow que percebe o atraso pouco usual. São fios pequenos que, trançados, formam uma corda. A dúvida vira rumor, e o rumor vira acusação.
A construção de Fátima no remake também merece atenção. A cena em que ela explica o plano a César mostra duas coisas de uma vez: frieza e cálculo. Ela não age por impulso; ela mede o efeito, escolhe a hora, cobra lealdade. Esse traço é o que torna a personagem perigosa e imprevisível. Se pressionada, ela dobra a aposta. E quando vilões dobram a aposta, a novela costuma responder com contragolpes à altura.
Do lado da produção, a escolha de cruzar um arco médico urgente com uma virada de paternidade não é gratuita. É um atalho eficiente para acelerar relações e colocar personagens com interesses opostos no mesmo corredor de hospital. A dramaturgia agradece: diálogos afiados, olhares que dizem mais que frases, e decisões que não podem esperar. Ninguém sai ileso desse tipo de sequência, nem quem sofre, nem quem assiste, nem quem trama.
Por fim, tem a dimensão simbólica. Solange lutando por dois corações enquanto alguém tenta silenciá-los por inveja e dinheiro. Afonso revendo a própria história e percebendo que foi roubado de um futuro possível por uma mentira conveniente. E a família Roitman, sempre ela, mostrando que o sobrenome pesa — e cobra caro de quem tenta moldá-lo com truques sujos.
Nos próximos capítulos, a expectativa está em três frentes: a recuperação de Solange e a segurança dos gêmeos; a confirmação — ou não — de uma segunda gravidez; e o encurralamento de quem mexeu nas canetas. O caminho até lá promete ser pedregoso. O que já dá para cravar é que a pergunta que move essa fase da trama é simples e incômoda: vale tudo, mesmo, por herança?