Bayern vence St. Pauli por 3 a 1 com gols de última hora e mantém liderança na Bundesliga
Em uma noite de pressão e resistência, o FC Bayern Munich superou o FC St. Pauli por 3 a 1 no Allianz Arena, em Munique, no sábado, 29 de novembro de 2025, em um jogo que parecia estar escorregando das mãos dos bávaros — até os últimos segundos. O gol de Andréas Hountondji, emprestado do Burnley, aos seis minutos, foi o mais cedo que o Bayern sofreu em toda a temporada. Mas, em vez de desmoronar, a equipe de Vincent Kompany reagiu com a alma de um campeão. E quando tudo parecia que o empate seria um resultado aceitável, dois gols nos acréscimos — de Luis Díaz e Nicolas Jackson — viraram o jogo e mantiveram a liderança inabalável da Bundesliga.
Um início que assustou o Allianz Arena
Ninguém esperava que o St. Pauli, com apenas 10 pontos em 12 rodadas, abrisse o placar tão cedo. Mas Hountondji, aproveitando um erro de marcação da zaga bávara, finalizou com frieza. O gol foi um soco no estômago da torcida local. Aos 18 minutos, o atacante saiu machucado, dando lugar a Daniel Sinani. O time de Timo Schultz, então, encolheu. Duas linhas de quatro jogadores, bloqueando tudo, contando com os contra-ataques. O Bayern dominou 68% da posse, mas não conseguia criar chances claras. Harry Kane teve duas oportunidades anuladas — uma por falta, outra por impedimento — e Lennart Karl, um garoto de 18 anos, mandou uma bomba no travessão. A torcida respirava fundo. O nervosismo era palpável.Equilíbrio e frustração até o intervalo
O primeiro tempo terminou com o placar de 1 a 1, graças a um gol de Raphaël Guerreiro aos 44 minutos. Ele recebeu na esquerda, cortou para dentro e enfiou no ângulo, quase como um soco de direita após um esquiva. Foi o primeiro gol do lateral contra o seu antigo clube. Mas a sensação não era de alívio — era de tensão. O Bayern tinha 31 pontos, mas o jogo não parecia refletir sua superioridade. O St. Pauli, com apenas dois triunfos na temporada, estava jogando como se tivesse tudo a perder — e, paradoxalmente, como se nada tivesse a perder. A defesa deles era uma muralha de disciplina tática. E o árbitro Felix Zwayer deixou passar duas cobranças de pênalti reclamadas por Kane e por Jackson. O clima era de injustiça, mas também de admiração pelo adversário.Os acréscimos que mudaram tudo
Na segunda etapa, Kompany fez mudanças decisivas: Michael Olise entrou no lugar de Laimer, e depois, Serge Gnabry e Josip Stanišić entraram para desequilibrar. Mas o St. Pauli resistia. Até que, aos 90 minutos e 3 segundos, Luis Díaz recebeu um lançamento de Joshua Kimmich, driblou o zagueiro e finalizou com o peito — o goleiro Nikola Vasilj não teve chance. O estádio explodiu. Mas a festa durou apenas segundos. O St. Pauli tentou o tudo ou nada, e o Bayern aproveitou o espaço vazio. Aos 90+8, Nicolas Jackson, em contra-ataque, recebeu na área, girou e bateu de canhota. 3 a 1. O jogo terminou. O Allianz Arena não parou de gritar. E o Bayern, mais uma vez, provou que não precisa de domínio total para vencer — só de coragem nos momentos decisivos.Uma marca histórica que não para de crescer
Com essa vitória, o Bayern completa 44 semanas consecutivas na liderança da Bundesliga — um recorde moderno. São 31 pontos em 12 jogos, com 12 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota (na Champions, contra o Arsenal, na quarta-feira anterior). Enquanto isso, o St. Pauli segue com 10 pontos, na 15ª posição, com 12 derrotas em 18 jogos. Estatisticamente, o Bayern tem uma média de 2,36 gols esperados por jogo; o St. Pauli, apenas 1,02. Mas futebol não se mede só em números. Em campo, o time de Munique mostrou que, mesmo sem jogar bem, sabe como vencer. E isso, talvez, seja o maior sinal de campeão.O que vem a seguir?
Na próxima rodada, em 6 de dezembro, o Bayern enfrenta o Borussia Dortmund, em Munique, em um clássico que pode definir o ritmo da temporada. O Dortmund, com 23 pontos, ainda está a nove pontos da liderança — mas com um time em ascensão. Já o St. Pauli viaja para enfrentar o RB Leipzig, em busca de seu terceiro triunfo da temporada. A pergunta que fica: será que o St. Pauli conseguiu, com este jogo, mudar a percepção de que é apenas um time de rebaixamento? Talvez. Porque, por um tempo, eles fizeram o gigante tremer.Contexto histórico: uma rivalidade desigual
Historicamente, o Bayern domina o confronto. Desde 2011, já venceu sete vezes contra o St. Pauli, com 41 gols marcados e apenas 9 sofridos. O maior placar foi um esmagador 8 a 1, em 2011. Mas nos últimos dois anos, o St. Pauli tem se mostrado mais resistente: perdeu por 3 a 2 em março de 2025, e por 1 a 0 em novembro de 2024. Este jogo de 2025 foi o mais equilibrado desde 2011. O fato de o St. Pauli ter levado o jogo até os acréscimos — e ter sofrido dois gols em apenas cinco segundos — mostra que o time não está mais disposto a ser apenas um adversário de passagem. Talvez, em breve, se torne um rival que mereça respeito.Frequently Asked Questions
Como o Bayern conseguiu vencer mesmo sem dominar o jogo?
O Bayern não precisou dominar o jogo para vencer — precisou de eficiência nos momentos decisivos. Apesar de ter 68% de posse, só teve 11 finalizações, sendo 5 no alvo. O segredo foi a paciência tática e a capacidade de aproveitar os erros do adversário. Os dois gols nos acréscimos foram resultado de transições rápidas, não de posse prolongada. Isso mostra que, mesmo sem jogar bem, o time tem a mentalidade de campeão: sabe quando atacar e como finalizar.
Por que o St. Pauli jogou tão defensivamente?
O St. Pauli tem o pior ataque da Bundesliga, com apenas 8 gols em 18 jogos. Sua estratégia era clara: manter o placar de 1 a 0 o máximo possível, e confiar nos contra-ataques. Com Hountondji fora por lesão, o time perdeu seu principal armador ofensivo. A solução foi formar duas linhas de quatro, fechar espaços e esperar. Funcionou por 80 minutos. O problema foi a falta de profundidade no ataque — e o erro defensivo nos acréscimos, que foi fatal.
Qual foi o impacto da derrota na Champions League contra o Arsenal?
A derrota por 2 a 1 contra o Arsenal, na quarta-feira, criou um clima de pressão interna. Muitos questionavam se o Bayern estava em crise. Mas a vitória contra o St. Pauli mostrou resiliência. Kompany usou o jogo como um teste de caráter — e o time passou. A equipe não se despediu da Champions, mas provou que ainda tem foco na Bundesliga, onde ainda é o favorito absoluto.
O que significa a marca de 44 semanas na liderança?
É o recorde mais longo da era moderna da Bundesliga. O anterior era de 43 semanas, mantido pelo próprio Bayern entre 2013 e 2014. Isso significa que, desde a 13ª rodada da temporada 2024-2025, o Bayern nunca saiu do topo. É um sinal de consistência extraordinária. Mesmo com lesões, escalações e pressão externa, o time nunca perdeu a liderança — algo que nenhum outro clube alemão conseguiu fazer nos últimos 30 anos.
Luis Díaz e Nicolas Jackson são os novos heróis do Bayern?
Sim, e isso é crucial. Com Harry Kane ainda em recuperação de uma lesão muscular, e Leroy Sané fora por tempo indeterminado, a dupla de ataque passou a ser a principal arma. Díaz já tem 8 gols na temporada; Jackson, 7. Nos últimos três jogos, eles marcaram 5 dos 7 gols do Bayern. Eles não são apenas finalizadores — são jogadores que criam espaço e pressionam a defesa. Se continuarem nesse ritmo, podem ser os responsáveis por manter o título em 2026.
O St. Pauli tem chances de escapar do rebaixamento?
Ainda é possível, mas difícil. Com 10 pontos, precisam de 18 em 12 jogos restantes para alcançar a zona de segurança. Isso exige, no mínimo, 6 vitórias e 4 empates. O calendário é duro: enfrentam Leipzig, Leverkusen e Hoffenheim nos próximos cinco jogos. Mas, se mantiverem o nível de desempenho contra o Bayern — e melhorarem o ataque —, podem surpreender. O time tem disciplina tática, mas falta criatividade. A contratação de um meia de qualidade até janeiro pode ser decisiva.
Daniel Silva
dezembro 3, 2025 AT 00:08Essa vitória foi pura alma de campeão. Sem dominar, mas com garra. Ponto final.