Crystal Palace perde vaga na Europa League por questões de multi‑club ownership

Em 11 de julho de 2025 a UEFA deu um baque no Crystal Palace: o clube foi retirado da Europa League e enviado direto para a Conference League. A decisão não foi surpresa para quem acompanha de perto o mundo dos negócios do futebol, mas pegou a diretoria e a torcida de surpresa, porque o time acabara de conquistar a primeira grande taça da sua história.
Por que a UEFA tirou o Palace da Europa League?
O motivo foi simples, embora complexo: John Textur, empresário americano que tem participação acionária tanto no Crystal Palace quanto no Olympique Lyonnais, infringiu o Artigo 5 das normas da UEFA. Essa regra proíbe que a mesma pessoa tenha influência direta sobre duas equipes que disputam competições europeias a partir de 1º de março de 2025. A UEFA, por meio do Club Financial Control Body (CFCB), concluiu que a estrutura de investimento de Textur – via Eagle Football – e sua posição no Lyon violavam a política de multi‑club ownership.
O Palace havia garantido a vaga na segunda competição continental ao vencer a FA Cup, batendo o Manchester City por 1 a 0 na final. Era a estreia europeia do clube e todos esperavam que a campanha fosse um marco. Mas a decisão da UEFA transformou esse sonho em um revés imediato.
Steve Parish, presidente do clube, não demorou a recorrer. O caso foi levado ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) em Lausanne. Depois de uma sessão de 10 horas no dia 8 de agosto, o CAS manteve a decisão da UEFA em 11 de agosto. Ou seja, o Palace ficou oficialmente na Conference League, enquanto o espaço que deixariam na Europa League foi reservado para o Nottingham Forest, que se juntaria ao Aston Villa para representar a Inglaterra.

O que mudou para o Palace e como está a nova jornada?
Mesmo com a demissão da Europa League, o Crystal Palace não ficou parado. Ainda no mesmo mês, o time conquistou o Community Shield ao vencer o Liverpool, reforçando a ideia de que a fase continental não seria o único ponto alto da temporada.
Na Conference League, o clube já mostrou que pretende levar a competição a sério. Nos play‑offs, Oliver Glasner comandou a equipe para um agregado de 1 a 0, com Jean‑Philippe Mateta marcando o gol que decidiu a primeira partida. O segundo jogo terminou sem gols, garantindo a classificação para a fase de liga.
A fase de liga começou com o sorteio em Mônaco, no dia 29 de agosto. O Palace foi colocado no pote 2, o que significa que terá adversários de diferentes potes ao longo dos seis jogos que compõem a nova fórmula da competição – sem os tradicionais grupos de quatro times.
A final da Conference League está marcada para o Red Bull Arena, em Leipzig, Alemanha. Embora ainda esteja longe da disputa, o clube já está de olho no caminho até lá, aproveitando a experiência adquirida nas partidas de qualificação.
O caso do Crystal Palace expõe o quão delicado é o equilíbrio entre investimento privado e integridade esportiva. Cada vez mais, federações como a UEFA apertam o cerco para garantir que nenhum clube se beneficie de uma rede de influência que poderia distorcer os resultados. Para os fãs, resta esperar que a nova etapa traga momentos de orgulho e, quem sabe, outro título – mesmo que seja em uma competição diferente.